Vida moderna? - Maria Francisca

 11 de agosto de 2016 

Meu espírito é um deserto.

A desigualdade bate à porta e não ouço.

Não escuto a voz do vento

Nem do tempo.

 

Nada vejo. Meus sentidos dormentes,

Inconscientes do mundo ao redor.

Tu vês? Ele vê? Nós não vemos.

Quem vê?

 

Mercenários, mercadores, credores,

Cobram a libra de carne viva, pela dívida.

Faltam emprego, saúde, escolas.

Sem moradia, sem alegrias, sem fama,

Pessoas como nós patinam na lama.

 

A desertificação dos sentidos

As luzes apagadas, o mal enraizado,

Banalizado.  E nós?

Murchos ou robotizados,

Desumanos.

 

Maria Francisca – agosto/2016

 

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14 comentários

  1. Desigualdade sempre houve ,mas hoje parece mais né ? Patinamos sempre nessa lama e nos murchos mesmo!!!!

  2. É verdade Francisca, muito bom… nos faz refletir se são consequências da vida moderna ou a banalização dos valores, sensibilização com o próximo… É uma luta interna que travamos diariamente para não ficarmos insensível.. Parabéns..


  3. Ivete Flores Ramos
    11 de agosto de 2016 às 17:29

    Admiravel,Deliciei-me.Continue escrevendo para o prazer de seus leitores.
    Ivete Flores.

  4. Lindo e triste, Francisca. Você descreve os sentimentos de muitos com um lirismo afiado. Como a faca dos cobradores na carne peka dívida não honrada. Me lembrou a célebre cena de O Mercador de Veneza. Bjs

  5. Francisca sempre bom ler suas obras. Vejo que não pára né Mineirinha. Te amo

  6. Obrigado pelas suas publicações que jorram. É sofrido testemunhar e reportar as ocorrências de nosso viver humano.O pior é não saber quais as próximas atrações: pior será? O coração recusa, mas a janela do tempo está sempre aberta para observarmos.


  7. carmo da cruz e silva
    12 de março de 2017 às 20:37

    Versos cheios de realidade. Parabéns!

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Maria Francisca Lacerda
Poeta e escritora.
Espírito Santo - Brasil.


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