Para minha mãe
Não repare meus cabelos brancos
Não repare minha pele flácida,
Meu andar cansado, meu corpo curvado.
É tudo normal: envelheci.
Perdoe meu cansaço, minha voz pausada,
Meus olhos baços, as minhas dores.
O tempo passou depressa…
Envelheci.
Perdoe se sou lenta, se não o ouço.
Meus ouvidos são outros.
Minhas pernas trôpegas.
Envelheci.
Perdoe essa dinâmica morna
Experiência passada, desusada.
Meu tempo é outro, mais lento,
Mais difícil, mais descrente.
Perdoe minha história vencida
Minha autoridade perdida.
Já não corro, já não aprendo fácil.
Envelheci.
Nascer, florescer… morrer?
Com licença, tenho muito a fazer.
Ainda há tempo e sopra forte o vento.
Restam sementes.
Vou semear…
Maria Francisca
Alda
30 de julho de 2017 às 22:22
Emocionante Francisca, muito lindo e especiall
Bjus
Alda
mariafrancisca
8 de agosto de 2017 às 17:30
Obrigada, Alda.
Receba meu carinhoso abraço.
- Attilius
31 de julho de 2017 às 09:24
Sincera e comovente. Histórias que acontecem com todos, mas colhidas como flores para um ramalhete lindo, com o maior carinho. Grande abraço nela. Abraço fraterno, Attilio.
mariafrancisca
8 de agosto de 2017 às 17:29
Obrigada. Darei o seu abraço.
E abraço fraterno pra você também, caro amigo.
Janice
6 de agosto de 2017 às 20:16
Dona Sebastiana é uma mulher forte de fibra, quantos filhos acolheu! Tive a feliz oportunidade de conhecê-la de perto e admiro a mulher humilde que é e que educou seus filhos dessa mesma forma, mulher inteligente. A ela meu abraço e estima.
mariafrancisca
8 de agosto de 2017 às 17:29
Tem razão. Continua firme aos 96 anos. Darei o seu abraço.
Beijos e obrigada.