BICICLETA - Maria Francisca

 13 de julho de 2016 

Bicicleta

De vez em quando deparo-me com uma bicicleta em situação desconfortável, para não dizer outra coisa. Estou saindo da garagem de casa e, zás! Surge uma bicicleta (na contramão).  Um susto! Por pouco não há um acidente. É sempre assim. Ora quase sendo atropelada por uma, ora andando em disparada na calçada, ora na área de pedestres no calçadão com a ciclovia ao lado. Puxa! Estou sempre perseguida por bicicletas.

Interessante que os ciclistas querem sempre o melhor dos mundos, porque passam nas faixas de pedestres devidamente acomodados no selim e pedalando, não param nas faixas de ciclovias para pedestres, trafegam junto aos carros, nas ruas e avenidas e, muitas vezes, o que é pior, na contramão.

Afinal, são veículos, ou não? O que é uma bicicleta?

Aí, fui ao Dr. Google, ou seja, à “obra lítero-musical” de Paulo Bonates  (segundo afirmou numa crônica) e encontrei: “Veículo composto de um quadro (‘conjunto de tubos metálicos’), assentado sobre duas rodas iguais alinhadas uma atrás da outra e com raios metálicos, das quais a da frente é comandada por um guidom e funciona como diretriz, e a de trás, ligada a um sistema de pedais acionados pelo bicicletista, funciona como motriz”.

Pois é.  E nenhuma autoridade toma providência quanto a esses veículos. Aliás, o que se vê, noite e dia, é propaganda para incentivar o uso de bicicletas. Há até um parquímetro de bicicletas em Vitória, o que é louvável, mas ações são necessárias para balizar o uso, em respeito aos demais transeuntes.

Ontem, caminhando para os lados de Itaparica, vejo placas com avisos do tipo: “Pedestres, não andem nas ciclovias”. Fiquei danada da vida! Ah, é? Os ciclistas podem andar junto aos pedestres? Só os pedestres é que devem respeitar o espaço dos ciclistas?

Fui caminhando e ruminando essa raiva, quando vejo outra placa, com o desenho de uma bicicleta. Já fui ler com prevenção, mas que surpresa! Lá está: “Ciclistas, parem nas faixas de pedestres ”.  Oba, até que enfim, resolveram instruir os ciclistas!

Alvíssaras! Neste domingo, outra coisa boa acontecendo. Escuto um som característico de passeata, corro à varanda e vejo a avenida toda colorida de sol, apesar do dia nublado, com muitos e muitos ciclistas de camisetas amarelas, atrás de um carro de som que falava sobre o respeito no trânsito. Pena que não consegui uma boa foto da grande passeata.

Então, está resolvido: Bicicleta é veículo e como tal vai ser usada.

A ver.

Maria Francisca  –  julho de 1016.

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3 comentários

  1. Oi, Francisca (Chiquinha mesmo !).- Muito bom ler você. Uma viagem de reflexão e descrição do cotidiano. Uma repórter atenta. Não entendi o envio que diz “o nosso blog”, sendo que o blog é seu. Deve ser automatismo de computador de envio e gerência, acredito. Sobre ciclistas, é isso mesmo: são os “donos do pedaço, os reis das ruas”, e lugar de pedestre é em casa, na frente do computador ou olhando as parafernálias eletrônicas de última geração; o mesmo se acrescenta aos “motoqueiros”, porque os “motociclistas” se dizem diferentes daqueles. E não adianta mudar de cidade, pois o comportamento humano é que não muda. Sou de uma época em que bicicleta tinha emplacamento, uma plaquinha azul ovalada, presa ao bagageiro e chassi, com um pequeno lacre metálico de cabinho de arame galvanizado trançado e chumbo prensado com data (tinha data? -não sei, não me lembro), que nem nos carros, registrada na Prefeitura. A buzina era do modelo “trim-trim”. Era em Belo Horizonte. Carroça também era emplacada. Época das bicicletas “Phillips”, “Görik”, fortes, feitas para durar um século. pouca gente as tinham… mas a população era pequena. O povo era cordial e cortês… Sinal de trânsito, placas, faixas exclusivas? Pra quê? Bastava um aceno de chapéu ou um sorriso pedindo passagem… Eu e minhas lembranças. Fraterno abraço.

    • Oi, Attilius. Obrigada pela leitura e comentário. Gosto de suas lembranças, você sabe. Basta um link e ela afloram, não é? Fraterno abraço.

  2. – O pior… ou o melhor (?) é que os “links” me perseguem e afloram o dia inteiro. Mesmo para responder a u e-mail, publicação o facebook ou em leitura de blog, começo meio contido, e, de repente já estou com um jornal inteiro pronto, com fotografias e tudo convertido em palavras. Acho ainda que vou morrer disso ! Rsrsrsrs.

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Maria Francisca Lacerda
Poeta e escritora.
Espírito Santo - Brasil.


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