Tome o café e coma a xícara - Maria Francisca

 15 de outubro de 2019 

Meu riso fácil costuma atrair piadistas. Claro, sou uma boa cliente. Rio de tudo. Acho que sou a única pessoa que ainda ri de Renato Aragão. Mas não me venha com piadas “sujas”, que ofendem pessoas. Aí, fecho a cara. Nesse caso, quem fica engraçada sou eu, como dizem meus amigos.
Neste mês, estive em Santa Catarina, mais especificamente em Balneário de Camboriú, para um evento. Lá encontrei muitos amigos, abraços, carinho, lembranças e andanças pela cidade, não tanto porque a chuva não dava trégua.
E encontrei minha amiga Marama Carneiro. Resolvemos andar, com chuva mesmo. Aonde ir? Claro que num shopping qualquer, andar pelas lojas, ver coisas, na esperança de serem diferentes de outros shoppings.
Tomamos um “UBER” e lá fomos nós. Começamos nossa diversão com os papos do motorista. Falava sem parar. Contou da família, entrava em nossa conversa, dava palpite… Depois, começou a reclamar do aplicativo que mandava entrar em rua tal e tal: Ele está me mandando entrar por aqui, mas não vou, de jeito nenhum, senão vou ter que dar uma volta enorme. E, agora, me manda passar ali, não vou, não vou. Eu ria e Marama dava corda: não vá, não. Esse aplicativo está atrapalhando o senhor. E assim fomos rindo até o shopping.
Andamos, andamos, vimos as lojas e suas mercadorias, compramos sombrinha, subimos e descemos escada rolante como crianças, rindo de tudo, até que resolvemos tomar um café.
Chegamos numa lanchonete pegamos o cardápio. Vimos, “café com casquinha e chocolate”. Os olhos encheram-se na mesma hora: novidade! Vamos experimentar.
As xícaras chegaram. Achamos uma beleza e resolvemos fazer um brinde para uma foto, claro, como não registrar um momento desses?
Chamamos a atendente para o registro. Levantei a minha xícara, mas, ai, quando Marama pegou a dela, a asinha desmanchou-se, e foi-se o café, o chocolate e tudo pela mesa. Não imaginamos que a casquinha, com o quente do café, iria derreter-se.
Era uma casquinha como de sorvete. Comestível. Eu sempre adorei sorvete de casquinha. Aliás, mais da casquinha do que do sorvete.
Apareceram, daí a pouco, outros amigos, sugerimos aquele café e todos aderiram com gosto.
Rimos do incidente, mas não desistimos da foto que ficou registrada como o dia em que tomamos o café e comemos a xícara.
E foi uma delícia.

Maria Francisca – setembro de 2019.

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5 comentários

  1. Ei Amiga!

    Deliciosa ou saborosíssima esta sua crônica, Francisca. Degustei-a com raro prazer! Parabéns!…
    Beijos e que venham, breve, muitas e muitas outras.

  2. Ótima crônica! Adorei!


  3. Geraldo de Castro Pereira
    16 de outubro de 2019 às 16:58

    Muita boa sua crônica, confreira Francisca! Você e o Antônio Rocha continuam imbatíveis!Parabéns!


  4. Marcio A M de Almeida
    17 de outubro de 2019 às 12:22

    Obrigado, Francisca, pela gentileza de enviar a crônica. Boa de saborear,na forma e até no conteúdo… Gostaria de ter ido também ao encontro em Camboriú, mas não deu. Gostei de ver sua foto no site da Amatra3. Abraços.


  5. Rosimeire Leal da Motta Piredda
    22 de novembro de 2019 às 23:57

    Crônica escrita de maneira espontânea, retratando momentos descontraídos, que quase é possível sentir o frescor da tarde, o ambiente aconchegante e nos faz imaginar o quão delicioso deve ser, tomar café com casquinha!

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Maria Francisca Lacerda
Poeta e escritora.
Espírito Santo - Brasil.


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