Quando visitei a Babilônia (as ruínas), fiquei impressionada. Gente do mundo inteiro naquele lugar, tanto que muita língua ali falada não se distinguia. Parecia a Torre de Babel de que fala a Bíblia, e que alguns historiadores tratam como mito da fundação dos hebreus.
Quando nós falávamos, as pessoas olhavam como se desejassem saber qual língua estávamos falando.
A História geral estava ali.
E quando estive no Egito e visitei as pirâmides? Fiquei parada longo tempo diante daquela obra majestosa e me perguntando: como puderam construir essas pirâmides?
O Cristo Redentor, a Estátua da liberdade, e assim, maravilhas no mundo todo e o que falar do Convento da Penha, aqui no ES? No alto de um imenso penhasco. Como se construiu aquele monumento histórico? Como foi? Que ideia magnífica! E que lugar lindo!
Tudo construído pelas mãos dos homens, com muito sofrimento dos escravizados. O sistema era assim e a única possibilidade que podemos pensar é que foram eles, os escravizados, que construíram todas aquelas imensas obras, com a ideia dos entendidos daquele tempo.
Mas temos belezas naturais muito, muito mais belas…
O mar, que fica ali noite e dia, aquela beleza toda, e ninguém se importa!
Quando olho o mar, lembro-me de uma amiga, quando viu essa beleza pela primeira vez. Postou-se de joelhos, com as mãos para o alto, em louvor a Deus.
E, hoje, relendo “O livro dos abraços” de Eduardo Galeano, deparei-me com o texto “A função da Arte/1”. Só transcrevendo, para ser fiel à perfeição dos escritos.
“Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para descobrir o mar. Viajaram para o Sul. Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando.
Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar e tanto o seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza.
E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai:
– Me ajuda a olhar! “
Não me canso de admirar aquele vaivém do mar, as espumas rolando na areia, o barulho manso e tranquilo das ondas leves! Outra hora, altas ondas caindo com estrondo na praia. Perco-me na varanda, ou na beira da praia, olhando…
E as cachoeiras?
Estive em Foz do Iguaçu e fui visitar as Cataratas… Extasiada, foi a palavra que pode ser usada para minha atitude, naquele momento. Fiquei ali, parada, olhando, olhando, não queria mais sair. Quando passei para o lado da Argentina, meu Deus! Que coisa maravilhosa! Não conseguia despregar-me daquele lugar. Meus olhos eram só lágrimas, diante daquela beleza indescritível.
Qualquer cachoeira, mesmo pequena, me atrai. Quando vejo uma queda d’água, já quero ir chegando perto e enfiando a minha cabeça ali.
Agora, uma queda d’água daquelas das cataratas…
Os olhos não deram conta de apreciar as belezas. Só o coração.
Eu precisei pedir ao Pai, como o menino: “Me ajude a olhar!”
Maria Francisca – março de 2024.
Edson Lopes
27 de maio de 2024 às 18:59
O que dizer desse texto? Somente parabenizar mais numa vez e quantas forem necessárias. Você tem o dom de transcrever e escrever. Todas as vezes que chego na varanda do meu apartamento e olho os vários montes agradeço a Deus. Agora vou acrescentar a frase ” Pai, me ajude a olhar”. obrigado. bjs.
mariafrancisca
28 de maio de 2024 às 09:41
Obrigada, caro amigo.Deus faz maravilhas e não vemos.
Grande abraço.