Caminhando pela rua, descendo a ladeirinha do Shopping Praia da Costa, muita gente por ali, chamou-me a atenção um jovem senhor, com duas crianças.
No colo, uma menina, e, pela mão, um menino. Andavam depressa e o menino reclamando, sempre. Quero ir pra casa. Estou cansado… Preciso de colo também…
O pai, também cansado, creio, falava, falava, sempre a mesma coisa: Estamos quase chegando em casa. E o menino repetia: Estou cansado, também quero colo…
O pai, exasperou-se: Caio, você não aprende? Um menino desse tamanho…
Ao que o menino, choroso, disse: Ô, papai, eu sou pequeno!
Vi naquele apelo, o quanto o menino sofria. Fiquei com vontade de pedir ao pai para carregar a menininha e ele poderia pôr no colo o menino, mas não tive coragem. Poderia ser chamada de intrometida. Ele estava educando seu filho etc e tal. Hoje, não se pode fazer nada. As pessoas andam armadas de unhas e dentes, e prontas para atacar você. Não entendem as boas intenções, pois o mundo anda tão ruim que bondade vira maldade.
Não sei se tenho razão, mas com base no que vejo, imagino que se a mãe estivesse na mesma situação, pegaria, sem aguentar, os dois no colo.
Mas e o pai? Não tem a mesma sensibilidade?
Fui para casa, pensando na frase: “Ô, Papai, eu sou pequeno!”
Quantas vezes nós não nos sentimos assim. Na doença, na morte de alguém querido, quando a agonia pega a estrada, no dizer do Padre Fábio, dá-nos vontade de dizer a Deus: Ô, Papai, eu sou pequeno! Mesmo sendo grandes, velhos, escolados, sabichões…
E, muitas vezes, nós nos esquecemos de que temos um Pai. Um pai amoroso que não se aborrece com nossas queixas, ainda que sejam minúsculas as nossas necessidades. Não vai dizer como o jovem pai que vi na rua! Não se exaspera e nem diz: Sossega, você está muito grande!
Por isso, não me canso de dizer como o menininho: Ô, Papai, eu sou tão pequena!
Maria Francisca – dezembro de 2023.
Andra Valladares
19 de dezembro de 2023 às 21:24
Parabéns por esse texto tão sensível e também reflexivo, Confreira.
mariafrancisca
23 de dezembro de 2023 às 19:27
Obrigada, querida amiga, pela leitura e pelo comentário gentil.
Um abraço.
Alda
21 de dezembro de 2023 às 21:14
Verdade Francisca não importa a idade,o tamanho precisamos sempre do colinho do nosso Pai do ceus e qtas vezes rezamos “Senhor acolhei- me!”
Feliz Natal !
Mtas bênçãos para vc e família!
Bjus
mariafrancisca
23 de dezembro de 2023 às 19:26
Cara amiga, muito bom receber sua mensagem. Obrigada pelo carinho de sempre.
Grande abraço e que Deus lhe dê um Natal com muita bênção!
Samiri
28 de dezembro de 2023 às 14:45
Dizem que filho de peixe peixinho é. E afilhada de peixe é o que, Madrinha? Acho que é uma rede muito bem entrelaçada cheia de peixinhos.. Te amo!
mariafrancisca
29 de dezembro de 2023 às 20:08
Cheia de peixinhos…Adorei, Samiri. Beijos, querida afilhada. O amor por você é grande, viu?
Edson Lopes
19 de janeiro de 2024 às 06:54
A verdade é uma só. Nem todo pai é igual, assim como nem toda mãe. Mas se tratando do Nosso Pai Esse sim é igual para todos. As vezes levamos um puxão de orelhas para que voltemos para o caminho certo.Faz parte.
Como sempre digo, os seus textos sempre excelentes e a sua visão do cotidiano é formidável.
Continue assim, atenta a tudo. Parabéns.
mariafrancisca
31 de janeiro de 2024 às 08:35
Caro amigo, obrigada pela leitura e comentário. Já havia pensado que me abandonou…Rs.
Grande abraço.