Tempo de mentiras - Maria Francisca

 14 de setembro de 2022 

Sempre houve alguém amante de notícias falsas perto de nós, ou, conforme a moda, de fakenews.  Às vezes, o dono da mentira é o próprio divulgador.

Isso não é mais novidade. Ter olhos e ouvidos atentos para esse tipo de coisa é de suma importância, senão imprescindível.

Em época de eleição… Como há mentirosos! Na TV, nas ruas, nas falas…

No calçadão, hoje, vi tantos mentirosos… Os ditos santinhos são entregues a quem passa. Independente de se querer ou não. Estão à sua frente, interrompem sua passagem, enquanto alto-falantes gritam os nomes dos candidatos, muitos, que estão a pedir votos, como se fossem as melhores pessoas do mundo.

Uns já tão conhecidos pela inércia de anos e anos, dizendo-se corajosos para as mudanças necessárias. Outros, cansados de ganhar dinheiro à custa do povo, dizendo-se honestos. Outros, afirmando que sabem cuidar de pessoas, porque são médicos, cuidar?  Outros querem colocar seu olhar a serviço da organização e desenvolvimento do Estado e, mais, para apoiar um candidato à Presidência da República. É sério?  Apoiar em tudo?

A família nunca foi cantada nessas prosas como hoje. Deus, então…

Agora, mesmo, passa uma propaganda na rua. Aos gritos. Nem ouço mais. Cansada que estou de tanta baboseira.  Desiludida? Não. Cansada. Quando é que vamos ter pessoas sérias, que pensam no País, nosso pobre país, cheio de pobreza e miséria?

Não voto em alguém porque é católico ou evangélico, porque crê em Deus ou é ateu. Dizer-se católico nada significa para mim, da mesma forma que dizer-se evangélico. Quantos batem no peito, como está no Evangelho, para dizer Senhor, Senhor e nada fazem pelo povo?

Uma questão difícil é que muito brasileiro ainda vota por interesse pessoal.  Já ouvi: vou votar nele, porque está fazendo ligação de trompa nas mulheres pobres do meu bairro. Voto nela, porque vai ajudar muita gente se eleita. Voto nele, porque prometeu emprego ou bolsa de estudo pro meu filho. E muita gente que ali está ajudando nas propagandas está de olho num futuro emprego.

 

Agora, é a hora da mentira. Acolhem os pobres com marmitas de comida, com colchões, roupas, ligaduras de trompas, promessas de um país melhor, de um Estado melhor.

Quero ver onde estarão e o que estarão fazendo, quando chegar a hora da verdade.

Nem vão olhar para o povo. Recolhem-se, como se tivessem medo do que irão pedir seus eleitores.

Comida? Acabou. Merenda nas escolas? Só biscoito e suco, e olhe lá. Salário de professores? De fome. Segurança? Passa longe. Ninguém cuida disso. Tanto é que os professores, quando podem, já correm de escolas onde o perigo é constante.

É, minha gente. A hora da verdade é terrível.

Você vota em Fulano, em Beltrano? Então, fique atento, porque, quando for eleito, seja que for, você precisa cobrar.

Não sei como, porque ele vai fugir de você, como diria minha mãe, como capeta foge da cruz.

Algum desses há de ouvir. Então, corra atrás e cobre. Cobre, sempre.

O tempo da mentira acaba e a hora da verdade chega, ora se chega!

E eu vou cobrar!  Aguardem!

Maria Francisca – setembro de 2022.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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8 comentários

  1. Faço suas palavras as minhas e pensamentos também. Afinal, fã é fã! Só acrescento que, os tais santinhos deveriam ser chamados de “diabimhos”. E como cobrar se nós povo temos memória curta?

    • É, boa ideia. Agora distribuem capetinhas…rsrs.
      Quando passa a eleição, costumamos nem lembrar em quem votamos. E se lembramos, não adianta. Quem consegue encontrar esses tais? Mas estou prometendo ir atrás, pelo menos dos deputados.
      Obrigada, caro amigo.
      Grande abraço.

  2. Ótima crônica, prezada confreira Francisca!Não demora muito,vão prometer uma viagem à lua e de graça! Pobre povo!
    Abraços fraternos!


  3. Janice.Emaculada Moraes Moreira
    28 de setembro de 2022 às 15:38

    Comadre você tem razão ao fazer críticas ao período eleitoral.
    Tenho pena das pessoas que estão nas ruas distribuindo diabinhos na esperança de um emprego.
    Os candidatos com promessas de milagre só aumentam nossa descrença e antipatia.
    Torna – se necessário após eleição cobrar as promessas mesmo. Pena que nem a justiça ⚖ consegue aplacar ou mesmo acabar com as roubalheiras e escândalos.
    Só Deus nos dando forças para que possamos conseguir em família orientar os mais jovens a promover a mudança.

    Parabéns pela crônica bastante oportuna para o momento.

    • Pois é, comadre Janice, além de tudo, o povo se digladia por esses candidatos mentirosos.
      Só Deus para nos dar alento.
      Obrigada pela leitura e comentário.
      Grande abraço.


  4. Attilio Carattiero
    9 de outubro de 2022 às 19:07

    Nossa!
    Estou ficando cansado. cansado demais!
    Quando eu era criança muito pequena, ficava na fila da
    COAP para guardar lugar para meu pai comprar açúcar e carne de baleia. meu pai dizia “… do jeito em que está o Brasil não tem jeito…”
    Tem 70 anos isso!
    Não mudou nada.
    Sua oportuna e lúcida crônica é testemunha disso.
    parabéns novamente.

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Maria Francisca Lacerda
Poeta e escritora.
Espírito Santo - Brasil.


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