Meu hábito nas manhãs: após minhas orações, abro o site do UOL, vejo as manchetes, avalio o que ler, passo para a Folha e leio o que desejo. Recebo jornais locais, faço o mesmo.
Às vezes, umas manchetes tão idiotas, no meu ponto de vista, que nem deveriam estar ali. Algumas apenas tentam chamar atenção para a notícia que nem sempre é como está na chamada. Outras, nem abro, tão esquisitas.
Outras, ainda, penso, não valem a pena. Por exemplo: “Casal compra casa e, ao chegar com a mudança, encontra mais de 16 gatos”.
Também, para que preciso saber quantos maridos teve uma atriz ou quantas namoradas teve um ator, cantor, celebridade qualquer? Se é gay, lésbica, trans etc. Isso vai fazer diferença em minha vida? A vida é deles. Cada um sabe como viver. Suas escolhas não são da minha conta. Não me acrescenta, nem me reduz como pessoa saber e, pior, opinar sobre certas questões.
Exibir-se nas redes sociais é outra “exigência” moderna. Ninguém quer ler nada sério. Diz Nuccio Ordine (A utilidade do inútil): “Num contexto social em que se dá mais atenção ao aspecto exterior que à dignidade interior não é de se admirar que a ignorância mais grosseira tenha assumido a aparência de instrução”. Basta ver a atenção que se dá aos ex-BBB e aos atuais, aos atos extravagantes de certas celebridades, e que são acompanhados por muitos, procurando imitar as roupas, os cortes de cabelo, o estilo etc. Aliás, o que se tornou inútil para o grande público foi o conhecimento.
Há anos, li um conto, que falava da colonização americana, quando chegaram lá os “peregrinos” e formaram colônias que, posteriormente, estados do sul e do norte, protagonizaram a famosa guerra de Secessão.
Pena que não me lembro o autor/autora. Tratava-se de Colônia do Norte, que trabalhava com manufatura (mais importante) e agricultura, mas agricultura familiar, ou quase familiar, já que tinha empregado.
Resumo da “ópera”: Uma menina da família de agricultores saiu a caminhar e encontrou um empregado que cuidava da plantação. Criança gosta de conversar, sabemos. E começou um papo com o trabalhador. Ali ficou divertindo-se com as histórias do homem. A mãe, ao sentir falta da criança, começou a chamar: Ellen, Ellen… Encontrou a filha a conversar e chamou-a para casa. A menina disse: Mamãe, espere, o Mr. James está me ensinando a cuspir longe. A mãe, surpresa com a situação, virou-se para o trabalhador e disse, gentilmente: Mr. James, o senhor acha que é relevante ensinar uma criança a cuspir longe? Ou seja: para que serve isso?
Hoje, quando vejo algo que não me trará acréscimo algum, seja totalmente inútil ou inaproveitável, lembro-me desse conto e digo:
É tão importante como aprender a cuspir longe.
Maria Francisca – agosto de 2.021.
EDSON Lopes
21 de agosto de 2022 às 22:11
Em seus textos eu sempre aprendo. Gostei! Vou adotar também essa frase quando alguma coisa não me interessar.rsrs
Obrigado pelo aprendizado e parabéns por mais um belo texto.
mariafrancisca
24 de agosto de 2022 às 17:24
Obrigada, caro amigo.
Você, sempre gentil.
Grande abraço.
Geraldo de Castro Pereira
22 de agosto de 2022 às 11:29
Quando eu era criança, apostava com meus irmãos quem cuspiria mais longe! Excelente sua crônica! Continue nos encantando com muitas outras! Abraços fraternais!
mariafrancisca
24 de agosto de 2022 às 17:23
Caro amigo Geraldo, eu me lembro dessa brincadeira dos meninos. Muito feio para meninas…rsrs.
Obrigada pela leitura e comentário.
Um abraço,
Francisca